sábado, 16 de abril de 2016

Provar o mundo com a boca



16 de Abril

Já perdi a conta a quantas vezes já disse: “Boca nãooooo!!”. É simplesmente a frase mais repetida por mim, todo o santo dia.
Com dentes a nascer desde os quatro meses, cedo a Luísa começou a morder este mundo e o outro na ânsia de se aliviar destes malditos pedacinhos brancos que teimam em romper as gengivas e dar muita comichão (para não falar de outras reações “giras”, tipo febres, tosses, etc).

E pensam vocês, ora aí está uma boa oportunidade para lhe dar aqueles brinquedos feitos exclusivamente para aliviar essas comichões. E respondo eu, pois era, mas cá em casa existem uns quatro desses brinquedos e a rapariga em poucos segundos se farta e os manda ao chão. Demasiado moles… E o que gosta ela de morder em alternativa? Tudo o que de rijo lhe vier à mão. Colheres de sobremesa, tupperwares, fivelas dos sapatos (se me distraio 3 segundos), pentes, bisnagas de cremes, botões, comandos da televisão e as partes em plástico dos cintos do ovo e da cadeira de refeições.

Por este andar qualquer dia descobre que a madeira da mobília da sala é boa para roer e desata a deixar marcas por todo o lado.
Ainda hoje nas compras conseguiu morder uma caixa de chicletes que o pai lhe deu para a mão porque fazia barulho e ainda tentou roer o carrinho das compras, que eu antes de a pôr lá sentada tinha limpo com álcool. (Sim, fui de compressas e álcool em punho e era ver-me a esfregar o carrinho no parque de estacionamento).

Não sei quando é que isto vai parar, mas atrevo-me a dizer que a minha filha descobre o mundo simplesmente provando-o. Começo a achar que ela identifica as coisas pelo seu sabor. Sim, porque lamber vidros ou espelhos também é coisa que gosta bastante de fazer.

Com tanta “degustação” juro que ainda estou para descobrir como é que ainda só apanhou uma virose. Têm de ser muito resistentes, os bebés.
Enquanto isso resta-me continuar a repetir “Nãooo!” e “Para a boca nãooo!”, mas com a certeza de que ela tomou o gosto ao mundo e agora não há forma de contornar a coisa. Vai continuar a descobri-lo com a ajuda da boca.


Pena é que agora faça fitas para “descobrir” a sopa… quiçá ela ache que a sopa não tem o sal do mundo.


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