quinta-feira, 18 de junho de 2015

#1 É a vida, Ana!



18 de Junho

A minha nova pele de mãe tem-me aberto todo um mundo novo. Com estes comentários, pensamentos, constatações, piadolas sob o título «É a vida, Ana!» deixo-vos coisas do meu dia a dia, coisas da minha cabeça, coisas de outras pessoas. Enfim, coisas. Umas vezes vão ser parvas, outras sérias. Coisas.


#A gravidez deixa-nos marcas físicas. Só as modelos da Victoria Secrets é que conseguem ter filhos e passados dois dias desfilarem de bikini sem ponta de gordura. (Tenho para mim que todas elas usam barrigas de aluguer e andam os nove meses com aquelas almofadas que se usam nos filmes para as atrizes parecerem grávidas.)
Para as restantes mortais restam-nos semanas a usar cintas, como as que as nossas avós usam, soutiens de amamentação que por vezes são um medo, uma barriga flácida e quando nos olhamos ao espelho sabemos que vamos ter muitos meses pela frente para conseguir recuperar minimamente a antiga forma física (se é que algum dia a vamos recuperar). E se forem preguiçosas como eu sou para fazer exercício, esses meses talvez se transformem num ano.

Isto tudo para mostrar a minha revolta contra a moda. A moda não pensa nas novas-mães. Hoje fui ao shopping tentar encontrar partes de cima que me sirvam e foi um autêntico desafio porque:

1.       É verão, quero usar tops (entendam-se tipo túnicas sem mangas), mas este ano as marcas lembraram-se que os caicais, as alças abaixo dos ombros tipo vestido de sevilhana e as alças fininas é que eram giras. Não há a porra de um top decente de alças largas que tape o meu maravilhoso soutien de amamentação.
2.       Mas agora ninguém tem barriga, é?!! Só eu?? Porque é que nas lojas 90% das partes de cima são acima do umbigo? Deus escreveu algum memorando dizendo que era proibida a gordura abdominal, que eu não tenha lido? Ou então, impingem-nos camisas ou t-shirts XXL onde parecemos sacos de batatas.
3.       E porque raio os vestidos agora têm de ter cortes na zona da barriga? O tecido está assim tão caro que não dê para fazer um vestido tapadinho dos lados ou sem um buraco nas costas?
4.       E as calças, senhoras, e as calças? Apesar de as minhas calças já me servirem às custas de pôr a barriga para dentro ou deixar pousar o pneu pós-gravidez em cima do botão vi-me forçada a comprar uma daquelas calças de tecido fluido e largas no caso dos botões das calças que tenho em casa começarem a sair disparados sempre que as tentar vestir. Assim sempre tenho uma opção segura…essas calças são de elástico na cinta… Havia de haver uma numeração para pós-grávidas em calças, mas não me perguntem como é que seria…são só coisas que me ocorrem.
5.       Já percebi que nem vale a pena comprar casacos. Dado o novo tamanho do meu soutien e usarem-se blazers cintados a única solução é comprar um casaco que me sirva nos ombros, mas nem pensar em apertar o botão à frente. Pode ser tarefa impossível.

Pronto, isto tudo para dizer que depois de se ser mãe é difícil ir às compras. Assim como há roupa pré-mamã, também deveria haver roupa pós-mamã.
É a vida, Ana!

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