quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

E aí vêm as contrações



16 de Fevereiro


A palavra contração é, neste momento, o pior dos meus pesadelos. E a noite de domingo para segunda-feira foi fértil em reproduções desta palavra terrível.
Por volta das 01:30 comecei a sentir os meus músculos a contrair, a minha barriga a inchar e o pânico a instalar-se. Foram-se sucedendo umas atrás das outras, mandaram-me o sono dar uma volta e fiquei ali “agarrada” à barriga na esperança de que passassem rápido.

No quarto não era a única a estar acordada. A L., que entretanto tinha chegado na sexta-feira, também se debatia com dores e uma constipação forte. Assim, ao menos senti que não estava sozinha na minha luta.

As contrações iam e vinham e eu até já fazia uma das respirações que as minhas colegas de quarto me tinham ensinado, na esperança de que dessa forma os movimentos fossem diminuindo. Ia vigiando qualquer possível fuga de líquido amniótico e contando as horas para que chegasse rápido a manhã. Foi a minha segunda pior noite no Hospital. Depois de uns dias mais estáveis senti outra vez o medo da minha Luísa apressada querer sair.

Às 07:00 quando a enfermeira entrou para nos tirar a temperatura e me perguntou se estava bem e lhe contei a minha noite ouvi um sermão. Basicamente, mesmo sendo as contrações indolores, mas devido à sua frequência e intensidade deveria ter chamado a enfermeira. Ficou acordado que qualquer novo episódio teria de as chamar e a certeza de que dentro de duas horas ia “levar novamente nas orelhas”, mas desta vez pelas médicas.

Felizmente a seguir à tempestade costuma vir a bonança e o resto do dia foi mais calmo.
 


Sem comentários:

Enviar um comentário